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Após chuvas, domingo de faxina nas ruas do Rio

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RIO — O dia seguinte ao caos em que mergulhou boa parte da cidade foi de faxina para moradores de áreas atingidas pelas enchentes. Em muitas delas, coube à própria população arregaçar as mangas e, com vassouras e mangueiras, desobstruir as vias. Além da Praça da Bandeira, em que comerciantes viram seus estabelecimentos novamente invadidos pela água e contabilizavam os prejuízos, moradores de bairro tão diversos como Tijuca, Jardim Botânico, Rocha Miranda e Botafogo, que tiveram as casas inundadas e carros destruídos, também faziam um inventário das perdas. Era lama e lixo para todos os lados e alguns moradores não esperaram pelas equipes da Comlurb, foram para o meio da rua e colocaram a mão na massa para fazer a faxina e tentar recuperar os pertences danificados.

Na Rua Conselheiro Olegário, no Maracanã, que foi tomada pela lama, a cena era mais chocante: lá, um veículo foi parar sobre outro. A força das águas fez o mesmo com dois carros na Rua Jiquibá, próximo à passarela do metrô de São Cristóvão.

No começo da tarde de ontem, alguns trechos da Avenida Maracanã continuavam intransitáveis aos pedestres devido ao lamaçal. Em São Conrado, a cascata de terra e água que desceu com a chuva pelas vielas da Rocinha também complicava a circulação de carros e pessoas por vias do bairro.

Na Grande Tijuca, que foi castigada pelo temporal, o pavor de mais chuva deixou muita gente dentro de casa no domingo. No dia anterior, além das principais ruas do bairro, a Praça Afonso Pena submergiu. A aposentada Eva Franklin de Almeida, que passou a madrugada limpando o quintal de sua casa, na Rua Sotero dos Reis, na Praça da Bandeira, prestava ontem sua solidariedade aos vizinhos.

— Uma vizinha de 82 anos, que mora na Rua Hilário Ribeiro, dormiu em cima de uma mesa com uma criança de 9 anos. Na casa dela, a água chegou acima do joelho. Ajudei a limpar — contou ela, no fim da tarde de ontem. — Ainda tem morador trabalhando, tentando varrer o lamaçal. Na minha rua, em que a água chegou a um metro e meio, é tanto lixo que nenhum carro consegue entrar.


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