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Interessados na recuperação da Oi, consultorias e escritórios peregrinam ao TJ-RJ

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RIO – Mal a Oi protocolou o pedido de proteção contra credores, na última segunda-feira, o vaivém de engravatados nos corredores do sétimo andar do Tribunal de Justiça do Rio, onde fica a sala do juiz responsável pelo caso, só fez crescer. No entra e sai do gabinete, desde representantes de empresas dispostas a conquistar o “posto” de administrador judicial a advogados que buscavam despachar com o magistrado para elucidar pontos da ação. Até quem não tinha envolvimento direto no caso ou sequer aspirava a ter um papel relevante no processo passou por lá “para saber a fofoca do dia”.

O cortejo se justifica. A crise da Oi abre um mar de oportunidades para escritórios e consultorias especializados em recuperação judicial. Caso aceite o pedido, também caberá ao juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial, a nomeação do administrador judicial. Figura pouco conhecida do público, mas fundamental para o andamento do processo. É ele que verifica os créditos, organiza as assembleias de credores e fiscaliza se o devedor está cumprindo o plano de recuperação. Os interessados na “vaga” correram para mostrar que têm credenciais para a tarefa.

— É um processo grande. Estamos tentando — disse um representante de uma consultoria em recuperação judicial que esteve ontem na 7ª Vara Empresarial.

No processo da Oi, os números são superlativos. São R$ 65,4 bilhões em dívidas, 13 mil credores e mais de 80 mil páginas. Por isso, a avaliação de gente do setor é que o negócio é para peixe grande. Gigantes como KPMG, Deloitte, PwC e Alvarez & Marsal são apontadas como fortes candidatas, uma vez que têm estrutura de pessoal e ramificações no exterior, facilitando a interlocução com credores internacionais.

Na bolsa de apostas do fórum ontem, a Deloitte aparecia como a mais cotada. Ela encabeçou a recuperação da OGX, petroleira de Eike Batista, e da Sete Brasil, que chegaram a liderar a lista das maiores recuperações do país, até serem batidas pela supertele.

CRIAÇÃO DE FORÇA-TAREFA

Para se candidatar ao posto, diz a Lei de Falências (de 2005), o aspirante a administrador judicial tem de ser idôneo e, preferencialmente, economista, advogado, contador ou administrador de empresas. Pode ser pessoa física ou empresa especializada. Cumprindo esses requisitos, dizem os especialistas, eles precisam ainda conquistar a confiança do juiz.

— Na legislação anterior, o administrador era escolhido entre os credores. Hoje, além da competência técnica, diria que ele é, acima de tudo, uma pessoa de confiança do juiz — afirma Guilherme Marcondes, do escritório PLKC.

As dimensões do processo da Oi devem levar à criação de uma força-tarefa de juízes, na avaliação de advogados, a exemplo do que foi feito na recuperação judicial da Varig, quando três magistrados assumiram o caso. Aos olhos atentos dos juízes, devem se somar os ouvido de curiosos. Ontem, não faltou gente querendo saber as notícias mais quentes do caso.


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