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Banco Central piora previsão para PIB e inflação

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BRASÍLIA – O Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central piorou as projeções para a economia este ano e indicou que não deve haver uma redução dos juros, que hoje estão em 14,25% ao ano. No documento, o Comitê de Política Monetária (Copom) indica que a o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 3,5%. A projeção anterior era de perda de 1,9%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 6,6%, acima do teto da meta, que é de 6,5%.

Entre os problemas destacados pelo BC no âmbito doméstico, o relatório destaca a intensificação das “incertezas oriundas do efeito de eventos não econômicos”. “Entretanto, para o Comitê, depois de um período necessário de ajustes, que se tem mostrado mais intenso e mais longo que o antecipado, à medida que a confiança de firmas e famílias se fortaleça, o ritmo de atividade tende a se intensificar”, diz o documento.

O Copom ressalta também que a alta inflação reduz o poder de compra, afetando negativamente a confiança e o consumo das famílias. “Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como o de geração de empregos e de renda.”

O relatório mostra que o Copom elevou as projeções de inflação deste ano e do próximo. Para 2016, a taxa esperada para o IPCA subiu de 6,2% para 6,6%, extrapolando o teto da meta. Para o ano que vem, a alta foi mais discreta, de 0,1 ponto percentual, a 4,9%. Para 2018, a expectativa é que o índice de preços encerre o primeiro trimestre em 4,5%.

O Copom lembra que “o ainda elevado patamar da inflação é reflexo dos processos de ajustes de preços relativos ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início deste ano, e que fazem com que a inflação mostre resistência”.

A piora para a projeção do PIB foi muito expressiva, de 1,6 ponto percentual. Ou seja, em vez da queda de 1,9% na atividade econômica prevista no relatório anterior, de dezembro, o Copom agora prevê uma contração de 3,5%. Em 2015, a economia registrou um tombo de 3,8%.

SEM FLEXIBILIZAÇÃO MONETÁRIA

O BC também repetiu em seu Relatório Trimestral de Inflação que não trabalha com a hipótese de flexibilização monetária e que adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas.

“O Comitê considera, conforme antecipado, que o ainda elevado patamar da inflação é reflexo dos processos de ajustes de preços relativos ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início deste ano, e que fazem com que a inflação mostre resistência”, diz o documento, acrescentando que esses processos têm impactos diretos sobre a inflação e que a política monetária “pode, deve e está contendo os efeitos de segunda ordem deles decorrentes”.

Segundo o BC, as incertezas associadas ao balanço de riscos para a inflação permanecem, principalmente quanto ao processo de recuperação dos resultados fiscais e sua composição, ao comportamento da inflação corrente e das expectativas de inflação.

“Adicionalmente, mantêm-se as incertezas em relação ao cenário externo, com destaque para a preocupação com o desempenho da economia chinesa e seus desdobramentos e com a evolução de preços no mercado de petróleo”, diz o documento.


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